Revista Eletrônica do Centro de Estudos do Imaginário - Página Inicial
  
Universidade Federal de Rondônia
Revista Eletrônica do
Centro de Estudos do Imaginário

Labirinto - Revista Eletrônica do Centro de Estudos do Imaginário

  

_______________________________________________________

Representações de si: o imaginário dos intelectuais e a História Contemporânea[1]
_______________________________________________________

Valdir Aparecido de Souza[2]


Artigos

Resenhas

Biblioteca

Entrevistas

Primeiras Notas






CONSELHO EDITORIAL
Arneide Cemin
Ednaldo Bezerra Freitas
Valdir Aparecido de Souza

   Resumo

Este artigo busca refletir sobre as possibilidades de compreensão das representações implícitas na obra dos intelectuais. Estes próprios tomados enquanto objeto de pesquisa e também a influência de suas visões de mundo na sociedade contemporânea. Para tal objetivo elegemos a biografia e a escrita de si como fontes destes questionamentos.

Palavras-chave: biografia, escrita de si, representações, imaginário

Abstract

The purpose of this article is to think about the possibilities to understand the representations found in the intectuals’ workship, seing as research object, themselves. By the other side, it follows closely the influence of their world sight in the contemporary society. In order to try to reach this objective we elect as sources of this doubts the biography and writing himself.

Key-words: biography, writing himself, representations, imaginary



Introdução

Refletir sobre o papel dos intelectuais na sociedade contemporânea é uma tarefa interessante e desafiadora, ao mesmo tempo. Interessante em virtude do objeto em si, pois o instrumental dos intelectuais já é a própria reflexão, eles manipulam imagens, códigos e linguagens em sentido amplo. De outro lado, o desafio é enorme, pois as premissas que guiam suas reflexões nunca são explícitas.

O desafio é avançar um pouco além, justamente em virtude da complexidade da temática e do nível de refinamento em que se encontra a discussão. Estas estão ligadas diretamente à própria ambigüidade dos atores em questão. Os intelectuais surgiram com a consolidação da sociedade burguesa no final do século XIX, compondo setores da classe média[3]. Elemento fundamental da ambigüidade destes atores, ao terem no mínimo quatro perspectivas ideológicas em relação à sociedade burguesa[4]. Quanto ao seu refinamento, este se deve aos múltiplos olhares, métodos, teorias e fontes que adicionam ainda mais questionamentos à temática.

A primeira parte é extremamente interessante, a discussão sobre o papel dos intelectuais na sociedade burguesa e na sociedade globalizada atual, ou melhor os críticos enquanto objeto de reflexão.

A segunda parte implica um desafio. Como falar sobre as concepções, os limites e as possibilidades, as perspectivas de análise, as suas lógicas internas, suas coerências e incoerências? É possível pensar os intelectuais como objetos da reflexão? E se a resposta fosse sim, qual seriam as teorias, os métodos de abordagem e as possíveis fontes para esse novo objeto? Estas são as questões fundamentais para iniciarmos os nossos comentários.

Problemas teórico-metodológicos da Biografia e da Escrita de Si

O artigo de Peter Burke[5] sobre a fabricação do imaginário coletivo pode ser um ponto inicial. Neste o autor consegue revelar de forma clara que o passado sempre é renegociado, como no caso da estátua do soldado de bronze em Tallinn, na Estônia. Tomamos a liberdade de pegar de empréstimo as considerações de Burke e as estendemos aos intelectuais. Pois estes atores-objetos sempre renegociam seu repertório de imagens. Se os monumentos são a fabricação do imaginário coletivo para os patriotas, regionalistas e partidários políticos, a escrita de si e a biografia são a fabricação do imaginário individual do intelectual para os seus pares e outros grupos.  Da mesma forma que os monumentos mudam de local dependendo dos contextos sociais que se encontram, os intelectuais fabricam suas representações dependendo do contexto em que se encontram. Elas são condicionadas aos humores do momento, se estavam no poder ou perderam-no, se estavam em ascensão ou em crise na carreira acadêmica, se eram reconhecidos ou desconhecidos do público, em decadência, ou arrivistas como no caso dos membros do Partido dos Trabalhadores[6], ou se tiveram origem nos setores empobrecidos das oligarquias como o caso dos intelectuais brasileiros[7]. Outro exemplo são as biografias do escritor Monteiro Lobato e da empregada doméstica Dona Benedita Atanásio[8], depoimentos nos quais os biografados manipularam a escrita de si diante dos entrevistadores.

Segundo Sirinelli[9], a dificuldade destes relatos resulta de uma memória seletiva, de um imaginário objetivado -num sentido ideológico- entre direita e esquerda no caso da França e imprimem um sentido próprio ás suas representações. Mecanismo denominado por Bourdieu[10] como “ilusão biográfica”, iludindo o pesquisador, que deveria aplicar seus métodos de averiguação tratando-a como uma fonte qualquer.

Para precaver-se, ao menos parcialmente, contra as armadilhas preparadas pelos biografados faz-se necessário a crítica interna às narrativas. O procedimento padrão está na seguinte premissa: nenhuma representação é pura e cristalina por excelência, ela sempre é uma perspectiva provisória.

Um método que pode contribuir nesta tarefa é a Prosoprografia, apesar de seus limites – há que se acostumar a eles - pois todo método, concepção teórica ou técnica sempre serão limitadas, incapazes de produzir uma representação fiel por excelência. Este conjunto de procedimentos de pesquisa pressupõe o acompanhamento da trajetória dos intelectuais. Questões como: De onde e de qual meio social vêm? Quais as experiências de vida? Quais os trajetos que ele fez para chegar à sua cátedra? Quando chegou à Universidade, se jovem ou mais maduro? Quem estava nas salas contíguas ao seu laboratório de pesquisa? Quais os cafés por onde passava no trajeto da universidade? Quais os contatos que tivera fora do meio acadêmico e estes influenciaram a sua produção intelectual e política? Era filiado a algum partido político de direita ou esquerda, sindicato? Qual foi o seu papel na sociedade enquanto cidadão? Como foi a sua recepção pelo grande público? A sua geração teve influência na compreensão de sua atuação? Os fatos marcantes como guerras, movimentos sociais e outros são ou foram fatores preponderantes na formação dos intelectuais? Infelizmente não é possível se colocar no lugar do ator, como deseja Corbin[11]. Estas questões, a exemplo de seu biografado Pinagot, não respondem o que estes intelectuais pensavam, mas permite compreender as estratégias possíveis na construção de suas visões de mundo.

Por falar em escrita de si e biografia, estas se materializam na entrevista. No caso desta, o texto de Bourdieu[12] auxilia a evitar as ilusões e armadilhas em na busca desesperada por representações “confiáveis”. Mas não se deve ser romântico, ao considerar que ela é mais confiável. Pode-se afirmar que é de natureza diferente de um boletim policial, de uma sentença judicial, de uma certidão ou de um registro de propriedade. A oralidade permite um conhecimento sobre coisas que não aparecem na documentação formal, pretensamente vazia de representações, pretensão apenas. Apesar de sua asséptica “objetividade” questionar quais as representações implícitas nos formulários é vital.

Ao falar sobre a sua vida pessoal, os depoentes desvelam suas representações de forma peculiar, essas “revelações” são bem mais interessantes que a temática da entrevista. O caso de dona Benedita, analisado por Luca[13], ilustra bem essa perspectiva. A pesquisadora partiu da temática da Memória sobre a escravidão, e indiretamente captou o peso da representação do papel da mulher negra na organização das redes de solidariedade. A mulher simbolicamente e na prática era o centro das famílias negras, em torno dela é que todos se aglutinavam, e era ela que dirigia os seus membros. O seu imaginário sobre os “vícios” do álcool e da sexualidade também emergiram. Ainda revelou detalhes sobre como sua comunidade via as formas de recrutamento das elites paulistanas. Estas famílias abastadas construíram uma rede de serviços de confiança incentivando famílias negras inteiras a se mudar para a capital. Dona Benedita a partir de sua entrevista reelaborou sua visão do processo pelo qual passou toda uma comunidade de várias gerações, sua representação dessas famílias endinheiradas mudou também. Resumindo, vai-se com uma temática e volta-se com elementos mais interessantes do que pensava se obter, mas isto só é possível se for mantida a perspectiva aberta da entrevista.

Eram esses desdobramentos os objetos da reflexão de Bourdieu, para ele o método se constrói no fazer da entrevista. Ainda segundo Bourdieu toda a entrevista é uma forma de “comunicação violenta”, resta-nos dominar os efeitos desta sem tentar anulá-los. A saída seria uma escuta ativa e metódica, nada de fácil solução, se de um lado desvia do dirigismo, de outro pode cair no relativismo da escuta. A interação total não permite o estranhamento, e no outro extremo, o estranhamento total não permite o diálogo entre entrevistador e entrevistado. O ideal seria o meio termo entre estas duas esferas, equidade geralmente difícil de alcançar. A entrevista em si é um artefato no qual o analista a produz sem consciência, ou seja, é uma imposição ao entrevistado.

Por isso mesmo, a entrevista não é um primeiro encontro, e nem tampouco casual. Não há -no sentido metodológico- uma entrevista a partir de apenas alguns encontros. A entrevista é o ápice de uma série de encontros e de conhecimentos prévios. Neste sentido, o risco da entrevista somente confirmar nossas próprias representações é total. Por outro lado, se não for deste jeito corre-se o risco do pesquisador ser enredado pelo entrevistado. Como foram os casos supracitados de Dona Benedita, Monteiro Lobato e do exemplo analisado por Bourdieu.

Até o momento tem-se mais problemas que soluções, mas o caminho não tem mapas, para chegar ao seu objetivo o pesquisador terá de trilhá-lo sem atalhos. O pesquisador deve se envolver para que a entrevista possa fluir, do contrário, como adverte Bourdieu, a pretensa “neutralidade” diante do entrevistado só irá atrapalhar. Para Bourdieu o objetivo final de uma entrevista seria levar o entrevistado a refletir e desvelar as falsas representações que construiu sobre sua realidade social. Bourdieu aponta saídas temporárias para os problemas, que no limite, sempre vão estar no método. O analista, segundo ele, influencia na entrevista, mas sem o mesmo ela simplesmente não existiria. A perspectiva do observador interfere na produção do conhecimento, mas sem o observador não haveria a produção do conhecimento e da.

Ao tomar o exemplo da família Athanásio e de Lobato percebemos que as representações individuais refletem o imaginário social, daí ser válido o método da entrevista, apesar dos limites apontados por reflexão Levi[14] sobre os novos usos da biografia. Em nossa conclusão é possível utilizar a biografia e a autobiografia como representações que fornecem pistas para a compreensão, desde que sejam discutidas de forma crítica como qualquer outra fonte. Tal procedimento não é uma virtude e sim uma prática inerente ao cotidiano do pesquisador.

Uma idéia suscitada a partir destas reflexões foi justamente estabelecer um possível diálogo entre Bourdieu –herdeiro da tradição estruturalista francesa- e os micro-historiadores italianos (barthianos). Ainda que para Levi não há escalas entre micro e macro, ao contrário da tradição francesa. Está claro que Levi procura colocar em diálogo a experiência singular e a ação coletiva. Para ele as escolhas dos sujeitos são contingenciadas pelo contexto social das relações e por suas representações. Pode-se ver, que a categoria dos intelectuais, a exemplo dos micro-historiadores italianos barthianos, não diz nada sobre aqueles, há que se utilizar uma metodologia mais dialógica com as formas de experiência. Pode-se propor tentar fugir tanto de um relativismo geertiziano, tanto quanto das leituras estruturalistas, as duas perspectivas são opostas e não contribuem para a compreensão do indivíduo e sua relação com o grupo. Segundo Levi, um dos caminhos a seguir é partir da experiência individual para se compreender representações do grupo como no caso da prosoprografia, ou ao contrário, o contexto possibilitaria entender a representação de si. Ainda há uma terceira via, que é o caso da biografia e os casos extremos como o Menocchio de Ginzburg[15], ao tomar uma visão desviante para analisar o imaginário popular e sua representação da cultura erudita. Pode-se inferir que Levi está preocupado em buscar as fissuras, as brechas, as margens de negociação entre as estruturas sociais que se reproduzem e o imaginário de mudança mesmo que individual pressionando por reformas do todo. A mudança para Levi pode estar na diacronia da representação de si em relação ao grupo, o indivíduo seria o elo frágil das cadeias de representações sociais.

Breves considerações

Primeiro devo ressaltar que a leitura, a reflexão e a posterior discussão destes autores ajudaram de forma direta a repensar meu projeto de Doutorado. O meu objeto é justamente a construção de representações históricas para o estado de Rondônia produzida por seus intelectuais.

Há de considerar a importância deste momento de profundas mudanças nas representações, principalmente no imaginário coletivo com a globalização dos mercados e a mundialização da cultura. O intelectual se encontra cada vez mais confinado a um circuito hermético restrito exclusivamente aos meios acadêmicos. A preocupação está diretamente ligada a atual apatia dos intelectuais, em si, esse é um bom motivo para se pensar nestes como uma temática a mais no rol de possibilidades de compreensão da sociedade contemporânea.

Não fosse só por esse quadro de crise de representação política questionado por Novaes[16] e o papel dos intelectuais dentro desse contexto. Novaes encaminhou em 2006 várias questões e chamou um time de intelectuais dos mais expressivos no Brasil e na França para refletir sobre estas questões. O modelo sartriano estaria morto? É uma das questões centrais deste esforço. Encontramos-nos em plena crise do ideal “coletivo” republicano em detrimento da ascensão do indivíduo e seu predomínio.

Ironicamente a maior parte dos Programas de Pós Graduação ainda gira em torno dos intelectuais e sua trajetória na esfera cultural e no campo das idéias. Porém, poucos programas trazem uma perspectiva crítica, ainda não se transpôs a fase da biografia. O problema, é que também somos atores do nosso tempo e não possuímos a capacidade de enxergar além do nosso prazer estético e criativo. Os intelectuais são em si o nosso reflexo. Aparentemente quando isso vir a se tornar consciente como desejava Bourdieu e houver o esgotamento do fluxo individualista, haverá possibilidade de verdadeiras mudanças epistemológicas na estrutura. Um pouco além dos desgastados “novos olhares” sobre ranhuras na superfície.

Essa perspectiva suscita questões intrigantes. Como observou Corbin deve-se investigar de qual região procede o cientista social. Qual seria o impacto da obra deste para uma região, para um estado, para uma nação? Qual o impacto de uma obra historiográfica na representação da identidade nacional? Apenas algumas questões dentre muitas que podemos encaminhar em nossas pesquisas.

Bibliografia

BOURDIEU, P. “Compreender” in A Miséria do Mundo. 2a. ed. Trad. Matheus S. Azevedo. Petrópolis, Vozes, 1998

GINZBURG, C. O queijo e os vermes. S. Paulo, Cia das Letras, 1987.

HABERMAS, J. Mudança Estrutural na Esfera Pública. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1984.

LUCA, Tânia de. “Relatos Autobiográficos: possibilidades e perspectivas” in MALATIAN, T. (Org.). As múltiplas dimensões da política e da narrativa. Franca, Olho d'água / UNESP, 2004

MICELI, S. Intelectuais à Brasileira. S. Paulo, Cia das Letras, 2004.

NOVAES, A. O Silêncio dos Intelectuais. S.Paulo, Cia das Letras, 2006.

VIDAL, L. “Alain Corbin: o prazer do historiador” Entrevista a Laurent Vidal in REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA. São Paulo Jan./Jun 2005. vol.25 no.49 Trad. Christian P. Kasper.

WHITE, H. Meta História: a imaginação histórica do século XIX. S. Paulo, Edusp, 1992 (Coleção Ponta; v.4)

Notas

[1] Este trabalho faz parte do primeiro capítulo do Projeto: História e a construção da identidade rondoniense: entre práticas e representações aprovado pelo Programa de Pós-graduação em História e Sociedade da Faculdade de Ciências e Letras de Assis-UNESP

[2] Professor Departamento de História da Universidade Federal de Rondônia, Pesquisador do Centro de Estudos do Imaginário e Doutorando em História e Sociedade na UNESP/Assis

[3] HABERMAS, J. Mudança Estrutural na Esfera Pública. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1984.

[4] Ver a classificação proposta por WHITE em Meta História. Historicismo, Liberalismo, Anarquismo e Reacionarismo.

[5] BURKE, P. “Guerras Culturais” in FOLHA DE SÃO PAULO. Caderno Mais (Autores) 10 de junho de 2007.

[6] Ver o artigo de Marco A. VILLA. “Conexão São Bernardo-Brasília” in O ESTADO DE SÃO PAULO. Suplemento Aliás. 13 de maio de 2007.

[7] Ver a obra de MICELI. Intelectuais à Brasileira. S. Paulo, Cia das Letras, 2004.

[8] Ver os capítulos de Tânia De Luca “Relatos Autobiográficos: possibilidades e perspectivas” in MALATIAN, T. (Org.). As múltiplas dimensões da política e da narrativa. Franca, Olho d'água / UNESP, 2004, p. 133-149. e “Monteiro Lobato: estratégias de poder e auto-representação n’A barca de Gleyre” in GOMES, A. C. (Org.). Escritas de si, escritas da história.  R. Janeiro, FGV, 2004 p. 139-161.

[9] Ver o capitulo “As Elites Culturais” in SIRINELLI, J-F. Para uma História Cultural. Lisboa, Estampa, 1998. p.259-279.

[10] Ver o capítulo “A ilusão biográfica” de BOURDIEU, P. In FERREIRA, M. e AMADO, J. Usos e abusos da história oral. R. Janeiro, FGV, 1998.

[11]VIDAL, L. “Alain Corbin: o prazer do historiador” Entrevista a Laurent Vidal in REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA. São Paulo Jan./Jun 2005. vol.25 no.49 Trad. Christian P. Kasper.

[12] BOURDIEU, P. “Compreender” in A Miséria do Mundo. 2a. ed. Trad. Matheus S. Azevedo. Petrópolis, Vozes, 1998 p. 693-713.

[13] LUCA, Tânia de. “Relatos Autobiográficos: possibilidades e perspectivas” in MALATIAN, T. (Org.). As múltiplas dimensões da política e da narrativa. Franca, Olho d'água / UNESP, 2004, p. 133-149

[14] LEVI, G. “Usos da Biografia” in Op. Cit. p. 167-182

[15] GINZBURG, C. O queijo e os vermes. S. Paulo, Cia das Letras, 1987.

[16] NOVAES, A. O Silêncio dos Intelectuais. S.Paulo, Cia das Letras, 2006



Copyright© 2000
CEI - UNIR
Todos os Direitos Reservados.
    
Página Principal   |   Artigos