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Em fevereiro de 2004 foi lançada a segunda edição,
revisada e ampliada, do livro O uso
ritual da ayahuasca. O livro trata ao longo de suas páginas sobre a
trajetória que a ayahuasca vem fazendo, desde suas origens na Amazônia
até seus usos nos meios urbanos. Esta fonte
de conhecimento e poder[1],
que é a ayahuasca, é preparada em grande parte dos contextos em que é
consumida a partir do cipó Banisteriopsis
caapi juntamente com a folha do arbusto Psychotria
viridis. Tendo a Amazônia Ocidental como origem, a ayahuasca é estudada ao longo do livro com o devido cuidado e respeito que
cada diferente contexto onde ela é utilizada (indígena, caboclo, urbano)
merece. O
livro, que é composto por vinte e seis artigos de pesquisadores
brasileiros e estrangeiros, relata três grandes temas sobre a liana
dos mortos[2]:
seus usos entre os povos da floresta, entre as religiões brasileiras
institucionalizadas e seus aspectos biológicos-farmacológicos,
demonstrando como o tema abordado é plástico e permite múltiplas
abordagens. A
primeira parte do livro nos faz mergulhar no universo mítico indígena,
onde a ayahuasca desempenha papel central na organização tribal, nos
rituais de iniciação do xamanismo, na questão da cura e na afirmação
cultural. A presença do xamã, o mestre
do êxtase (Eliade, 2002), é constante neste contexto, onde ele é o
mediador entre o mundo sobrenatural (considerado como a verdadeira
realidade) e o mundo cotidiano (guiado por aquele). O caapi
é uma fonte de conhecimento para o xamã e seu aprendiz, em um complexo
processo de aprendizado onde a tradição oral e a experiência
diretamente com as plantas é essencial. Os
textos referentes ao papel do yagé
na expressão artística e na geografia/ecologia do mundo espiritual são
apresentados de forma a nos conduzir ao encontro de um mundo mítico e onírico.
Tais utilizações da ayahuasca se refletem nas pinturas corporais, decorações
de ocas e na construção da organização social como um todo. A inspiração
é empregada na estética e nos rituais mágico-religiosos. Por
fim, o mundo espiritual dos indígenas e seringueiros (herdeiros de tal ciência)
é demonstrado em toda sua complexidade, bem como os experimentalismos
vegetais dos curanderos peruanos
e o papel das plantas professoras
na coesão sócio-cultural. Na
segunda parte o fenômeno da ayahuasca é retratado em seus aspectos mais
urbanos e institucionalizados: as religiões ayahuasqueiras no Brasil[3].
Os estudos sobre estes cultos proporcionam uma série de reflexões sobre
a complexidade do consumo da ayahuasca, seja ele no Brasil ou no mundo.
Tais grupos são influenciados pelo catolicismo popular e pelo vegetalismo amazônico, o qual caracteriza-se por uma visão de
mundo onde certas plantas possuiriam espíritos-mães
que ensinariam ao curandero cânticos
mágicos (ícaros) e formas de
defesa. Outra influência muito marcante nas religiões ayahuasqueiras
brasileiras, ainda pouco estudadas, são do universo afro-brasileiro -
muito presente, por exemplo, na Barquinha -, que complementam as
cosmologias destas religiões e
foram citadas como raiz cultural presente em todas elas (seja o Tambor
de Crioula do Maranhão no caso do Santo Daime, a Umbanda na própria Barquinha ou a capoeira baiana na União do Vegetal). Logo
no primeiro artigo desta parte, a antropóloga Beatriz Labate,
organizadora do livro e pesquisadora ativa neste campo de estudos, nos
oferece uma rica bibliografia sobre estas religiões - descritas de seus
pontos de vista histórico, antropológico e ritual -útil para
pesquisadores da área e interessados no tema em geral. Vale
a pena destacar o recente artigo (que não está presente na primeira edição)
de Labate e Gustavo Pacheco sobre as matrizes maranhenses do Santo Daime,
onde, entre outras coisas, podemos contemplar o universo cultural e mágico-religioso
onde o fundador deste culto, Raimundo Irineu Serra, nasceu e cresceu. Outro
tema abordado referente às diferentes religiões ayahuasqueiras é a idéia
de cura e de doença dentro destes grupos. Os aspectos médico-antropológicos,
descritos na maioria dos textos da primeira parte, nos mostram que as
plantas de poder podem ser complementos à medicina ocidental. Discussões
sobre o papel central da ayahuasca na cura simbólica, ou como os xamãs
realizam suas curas interpretando os desenhos do corpo de seus pacientes
(influenciados pelos poderes da ayahuasca na percepção) permitem pensar
várias questões: As curas obtidas seriam resultado de aspectos
culturais, isto é, de “eficácia simbólica” (crença do paciente no
poder do curandeiro, crença da comunidade envolvida nos poderes do mesmo
e crença do próprio curandeiro em seus poderes)? Seriam causadas pelos
poderes farmacológicos (inerentes) da ayahuasca? Sobre
o papel da ordem no contexto do
Santo Daime o antropólogo Fernando Couto descreve como o membro deste
culto sai de sua vida cotidiana (secular), entra numa esfera divina
(momento da consagração da ayahuasca) e retorna ao dia-a-dia após
receber os conhecimentos que visam à harmonia individual e grupal. Para a
Barquinha, Wladimyr Sena Araújo disserta sobre o conceito de cosmologia
em construção, conceito este que se refere à constante mudança e
incorporação de novos símbolos dentro do ritual desta linha
ayahuasqueira. Gentil & Gentil, descrevendo aspectos da União do
Vegetal - a maior e mais organizada das religiões ayahuasqueiras, com uma
visão de mundo reencarnacionista -, relatam como o desenvolvimento de
virtudes proporcionaria uma evolução
espiritual dentro da burracheira
(“força estranha” produzida pela ingestão da ayahuasca). O
artigo do antropólogo Edward MacRae contribui para as discussões sobre
conceitos como os de pureza e originalidade. Devido à atitude de algumas linhas ayahuasqueiras
argumentarem serem “originais” ou “puras” e que os outros grupos
seriam meros “curiosos”, MacRae nos lembra, citando os próprios
fundamentos de várias das religiões ayahuasqueiras, que “um dos
valores que a experiência extática nos ensina é evitar o julgamento dos
nossos semelhantes”[4]. Na
terceira parte do livro encontramos os artigos relacionados com os
aspectos farmacológicos, psicológicos e clínicos da ayahuasca. Os três
primeiros artigos são fruto de um projeto realizado por pesquisadores dos
EUA, Finlândia e Brasil no sentido de avaliar com as devidas metodologias
as ações deste psicoativo em seus consumidores: o Hoasca Project. Mesmo
um leigo que observe rapidamente a história das pesquisas científicas
sobre os alucinógenos, verá que a partir da proibição do uso do LSD-25
em 1966-1967 (principalmente para pesquisas com seres humanos), um grande
silêncio de mais ou menos vinte e cinco anos fez-se sentir em relação a
estes agentes psicointegradores[5]. No
dia 4 de novembro de 2004 foi publicada uma resolução do Conselho
Nacional Antidrogas - CONAD reconhecendo o status legal do uso religioso
da ayahuasca em todo o território nacional e um grupo
multidisciplinar de trabalho para levantamento e acompanhamento destes
grupos. Como disse o pesquisador Henrique Carneiro, “a liberação
do uso da ayahuasca para uso
religioso em todo o território nacional foi um limitado, mas
importante avanço”[6].
Seja como for, é importante destacar que a resolução abre espaço para a
pesquisa da utilização terapêutica da ayahuasca, “em caráter
experimental”[7].
É um avanço considerável, se levarmos em conta que atualmente o uso
terapêutico da ayahuasca não é permitido. Os desdobramentos
desta pequena concessão governamental serão sentidos em diversas áreas
do conhecimento, especialmente aquelas relacionadas à política sobre
drogas e aos estudos da mente/consciência,
que nossos cientistas apenas começaram a desbravar. Estudos
clínicos e farmacológicos da ayahuasca no Brasil têm-se mostrado
limitados e quase inexistentes. Algumas pesquisas psicofarmacológicas em
ratos foram realizadas por pesquisadores da Unicamp, mas seus resultados
ainda não foram publicados em periódicos e/ou revistas especializadas.
Estes pesquisadores avaliaram, entre outras coisas, o DL-50 (teste para
avaliar a letalidade de uma dada substância em 50% dos ratos
experimentais) e os efeitos da ayahuasca em ratos sob dieta de álcool[8].
Chegou-se ao valor de 7,8 litros de ayahuasca como sendo necessários para
que uma pessoa de 75 kg tenha chances de morrer[9].
Com relação ao consumo de álcool, os estudos da Unicamp ainda não se
tornaram públicos, mas pesquisas recentes com inibidores de recaptação
de serotonina com ratos dependentes de álcool demonstraram que havia uma
redução importante no consumo de álcool após o tratamento com estes
agentes (Gill, 1989; Myers, 1991 a
pud Labigalini, 1998)[10].
Seria interessante que a próxima edição do livro pudesse contemplar
alguns destes estudos, por exemplo, os da Unicamp mencionados acima, dada
a notória importância que eles possuem para uma melhor compreensão das
ações destas substâncias em seres vivos em geral. Estimulado
pela quase inexistência de estudos bio-farmacológicos brasileiros sobre
o tema realizei uma pesquisa piloto sobre os aspectos microbiológicos e físico-químicos
da ayahuasca, além de avaliar os possíveis danos em cérebros de ratos,
levando-se em conta os aspectos culturais e espirituais do tema (Santos,
2004). Com este estudo, pretendi estimular pesquisas (inclusive clínicas)
envolvendo a ayahuasca, com a devida ética e o correto método. Embora
promissoras, as pesquisas da área bio-farmacológica precisam ser
complementadas com outras mais padronizadas e apuradas, pois sabemos que
fatores como a disponibilidade de luz solar, de água e de minerais pode
alterar as concentrações dos alcalóides presentes na ayahuasca e,
assim, alterar os resultados como um todo. A
existência ou não de aspectos culturais e sociais em animais, como se
sabe, é um assunto bastante complexo cuja análise foge ao âmbito desta
resenha[11].
Estudos que avaliam o comportamento de animais sob efeito da ayahuasca ou
de outros psicoativos nem sempre levam em conta as dimensões sociais
destes animais, inclusive pela dificuldade metodológica para a realização
de estudos desta natureza. A Prof. Marisa Almeida (Psicologia - UniCEUB)[12]
sugeriu que a ayahuasca fosse administrada para ratos colocados juntos em
um ambiente apropriado. Normalmente, quando estes animais estão no mesmo
local e com fome, eles devoram a si mesmos, começando pelos olhos.
O que poderia ocorrer com estes ratos sob efeito da ayahuasca? Este
tipo de estudo requer um diálogo entre cientistas sociais e das áreas
biomédicas especialmente profícuo para pensar questões sobre o limite
entre “natureza” e “cultura”[13]. A
existência ou não de cultura em animais é um tópico polêmico, mas a
utilização destes em pesquisas sobre neurociências e farmacologia em
geral ainda é considerada um importante recurso para se obter dados sobre
vias neurais, toxicidade e eficácia de medicações, assim como para a
avaliação dos efeitos de psicoativos em humanos. O Hoasca Project
representa um pequeno, mas relevante avanço nos estudos destas moléculas.
Este projeto teve um papel crucial ao avaliar, em seres humanos, os
efeitos agudos (pós-ingestão) da ayahuasca na forma em que esta é
consumida nos centros ayahuasqueiros (ou seja, em forma de chá) além de
pesquisar seus efeitos em indivíduos que a consumiam há pelo menos dez
anos (uso por longo tempo). Grande parte dos estudos farmacológicos sobre
plantas medicinais utiliza os extratos dos vegetais e não o decocto em
si. O Hoasca Project realizou suas pesquisas na própria sede da União de
Vegetal em Manaus, com os membros ingerindo a ayahuasca da mesma maneira
que costumam fazer quando estão realizando seus rituais. Vale destacar
que estas pesquisas achavam-se apenas em inglês, e somente agora com o
livro de Labate e Araújo é que se tornaram acessíveis para o público
brasileiro. O
Hoasca Project provavelmente influenciou a realização de outros dois
estudos em humanos (publicados somente em inglês): Strassman (2001) e
Riba e colaboradores (2004). O livro de Labate e Araújo demonstra por um
lado a riqueza deste campo de estudos e, por outro, a sua carência.
Esperando que a publicação da obra e a recente resolução do Conad
estimulem a realização de mais pesquisas sobre os aspectos terapêuticos
da ayahuasca (inclusive com a realização de testes clínicos), descrevo,
sucintamente, alguns achados de Strassman e Riba. O
psiquiatra americano Rick Strassman (2001) avaliou os efeitos da N-N,
dimetiltriptamina (DMT)[14]
por via intravenosa em humanos e escreveu um livro sobre seus anos como
pesquisador. Pela parte biológica, Strassman verificou que a DMT produz
um aumento temporário nos níveis de alguns hormônios como a
corticotropina, prolactina, cortisol e hormônio do crescimento (não
influenciando a melatonina) além de causar um discreto aumento na freqüência
cardíaca. Vale a pena destacar que os sujeitos envolvidos nos estudos de
Strassman passaram por uma bateria de testes (cardiológicos, psiquiátricos,
etc.) antes de experimentarem a DMT, o que foi feito com o objetivo de se
diminuir os riscos de qualquer reação adversa (problemas cardíacos e/ou
psicológicos)[15]. A
equipe de pesquisadores de Barcelona realizou uma série de experimentos
com voluntários saudáveis, administrando-se ayahuasca em cápsulas[16],
onde os efeitos subjetivos, cardiovasculares e neuroquímicos foram
avaliados, valendo-se de várias novas tecnologias. De uma maneira geral,
os autores argumentaram que os efeitos do psicoativo são prazerosos para
os indivíduos, que estes produziriam sutis efeitos cardiovasculares e que
a ayahuasca poderia ser administrada em ambiente hospitalar sem a
necessidade de se recorrer a qualquer intervenção médico-psiquiátrica.
Estes dados contrastam com a visão “esquizofrenizante” que costuma
atribuir características patológicas às experiências com esta classe
de substâncias. Citando
Jonathan Ott, acredito que estamos vivendo algo como uma pequena Reforma
Enteogênica, que poderá mudar os rumos da ciência (com a criação
de novos paradigmas), do comportamento (auto-conhecimento) e da saúde do
planeta como um todo devido à mensagem ambientalista presente em todas as
linhas ayahuasqueiras. [1]
Bacharel em Ciências Biológicas - UniCEUB - Brasília-DF. Contato: banisteria@bol.com.br.
SQN 109 Bloco M apto. 204 Asa Norte – CEP: 70752-130 - Brasília-DF.
Fones: 349-8047 / 8132-0382. [1]
Segundo o antropólogo Luis Eduardo Luna, entre os curandeiros
peruanos (vegetalistas) a ayahuasca (bem como outras plantas) é conhecida como uma planta
professora, devido aos ensinamentos (cânticos, receitas para
diversos males, etc) que esta proporciona aos vegetalistas
(Luna, 1986). [2]
Um dos significados da ayahuasca em quéchua (aya
- espírito, morte e waska -
corda, cipó) (Luna, 1986; Labate, 2003). [3]
Os maiores grupos religiosos que atualmente utilizam a ayahuasca como
um sacramento são: Centro de Iluminação Cristã Luz Universal (CICLU),
Alto Santo; Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu
Serra (CEFLURIS); Centro Espírita e Culto de Oração Casa Jesus
Fonte de Luz, Centro Espírita Fé, Luz, Amor e Caridade, etc
(Barquinha) e União do Vegetal (UDV). Atualmente existem filiais
destes grupos em todos os Estados brasileiros, nos EUA, Japão e em vários
países da Europa. [4]
MacRae (2004, p. 504). [5]
“Que integram os hemisférios
direito e esquerdo do cérebro” (Winkelman
a pud Labate, 2003). [6]
Comunicação pessoal, 2004. [7]
Resolução nº 4 do Conselho Nacional Anti Drogas - CONAD de 4 de
novembro de 2004. [8]
Ver http://www.udv.org.br. [9]
Vale a pena mencionar que quando a pesquisadora Mirtes Costa anunciou
na Conferência Internacional dos Estudos da Hoasca, no Rio de
Janeiro, em 1995, esta dosagem (7,8 litros), a platéia (composta por hoasqueiros
e hosqueiras experientes)
deu risada desta enorme quantia, equivalente a mais ou menos 50 vezes
a dose comumente utilizada nos rituais. Além do mais, ratos não
vomitam (Callaway, 1996). [10]
A tetrahidroharmina (THH), presente no cipó Banisteriopsis
caapi, atua como um inibidor de recaptação de serotonina (Frecska
et al., 2004). [11]
Lembro apenas que a maior parte dos cientistas não acredita que
animais em geral possam desenvolver qualquer tipo de cultura,
denominando seus comportamentos simplesmente como “instintos” ou
“comportamento animal”. Em contraste, alguns poucos pesquisadores
aceitam a possibilidade de que certos animais (golfinhos e alguns
primatas, por exemplo) possam desenvolver algum tipo de “cultura”,
dada a enorme complexidade de códigos de comunicação e
comportamento grupal existente entre estes seres. [12]
Comunicação pessoal, 2004. [13]
Em 1981, o pesquisador John Lilly realizou um experimento onde o LSD
foi injetado em golfinhos. Entre suas observações, Lilly relatou um
aumento no nível de vocalizações tanto no animal sob efeito do LSD
como no outro que não estava sob efeito do psicoativo, o mesmo
aumento sendo observado quando um ser humano entrou no tanque onde o
animal sob influência do psicoativo se encontrava. Além disso, o
estudioso demonstrou a capacidade que esta molécula possui para
evocar um efeito sociabilizante nestes animais quando a administrou a
um golfinho que tinha sido atingido por um arpão e, desde então,
vinha evitando o contato com humanos por dois anos e meio. Sob a influência
do alucinógeno, este golfinho aproximou-se de Lilly e sua equipe e lá
permaneceu durante todo o período em que estava sob efeito do
psicoativo (Lilly, 1981 a pud
Samorini, 2002). [14]
É importante esclarecer que a DMT utilizada por Strassman foi
produzida em laboratório (sintética), ou seja, era uma substância
pura. A ayahuasca é geralmente composta por diferentes espécies e/ou
variedades do cipó Banisteriopsis
spp. adicionadas das folhas do arbusto Psychotria
viridis ou com as folhas de outro cipó, Diplopteris
cabrerana, contendo no mínimo quatros substâncias diferentes,
entre elas a DMT (presente nas folhas de Psychotria
viridis e Diplopteris
cabrerana). Além disso, a via de administração utilizada por
Strassman (intravenosa), faz com que a DMT chegue em menor tempo ao
Sistema Nervoso Central, quando comparada à via oral comumente
utilizada no consumo da ayahuasca, alterando, assim, o efeito como um
todo (mecanismo de ação, velocidade e potência com que os efeitos
das substâncias são produzidos e percebidos, etc). [15]
Digno de nota são suas especulações de Strassman sobre as visões
experimentadas pelos voluntários. Entre outras, o psiquiatra discute
a possibilidade de que estas pessoas estariam vendo o mundo
espiritual, povoado por seres e entidades que entrariam em contato com
os seres humanos através da DMT, molécula que classifica como espiritual.
O psiquiatra argumenta também que os famosos episódios de seqüestro
por alienígenas (abduções) poderiam ser explicados pela produção
em excesso de DMT endógena. [16]
Os pesquisadores utilizaram uma técnica para transformar cerca de
nove litros de ayahuasca em um composto em forma de pó (depois
colocado em cápsulas). Posteriormente, calcularam a quantidade de
alcalóides desta amostra e verificaram que era semelhante a outras
quantificações feitas com a própria bebida, logo, não se tratou de
uma ayahuasca sintética, mas sim de uma ayahuasca desidratada (sem água).
Revista Eletrônica do
Centro de Estudos do Imaginário
Rafael Guimarães dos Santos -
Bacharel em
Ciências Biológicas - UniCEUB
[1]
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